Por Ana Marina Martins de Lima
Na data de ontem após uma divulgação massiva nas redes sociais da foto dos estudantes abaixo o setor de mídia da EMATER de Goiás reeditou sabiamente a matéria e retirou a foto que foi ao ar por duas vezes e adicionou o texto abaixo:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO
Tendo em vista a repercussão da foto que retrata participantes da palestra Soja na Alimentação Humana realizada durante a Agro Centro-Oeste Familiar (ACOF), a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) esclarece que:
Nem a Emater, nem a Universidade Federal de Goiás (UFG), nem a organização da ACOF têm qualquer ligação com a produção ou o incentivo ao uso da camiseta em que constam os dizeres “- Amor + Glifosato, por favor”, usada por estudantes retratados na referida imagem.
A Emater respeita o direito à liberdade de expressão, garantido pela Constituição Federal e, por isso, não realizou qualquer tipo de censura relacionada ao uso da camiseta entre os participantes da palestra.
A Agência reconhece, colabora e incentiva toda e qualquer prática sustentável de produção agropecuária apoiada em procedimentos seguros e ambientalmente corretos, afiançados pela legislação vigente.”
A matéria que enfatizava os estudantes foi redirecionada para importância da nova modalidade de soja, sendo contraditória a declaração visível de amor ao glifosato e o interesse em estagiar na área de orgânicos.
Um outro exemplo de “sabedoria” do marketing das agroquímicas é o espaço ocupado dentro do site a.b.e.l.h.a.s, recém aprimorado o site resulta da parceria entre as empresas abaixo e seu forte investimento em pesquisas e lançamentos de agroquímicos, além de parceria com entidades de fomento à pesquisa onde pesquisadores realizam trabalhos em prol de produtos que tem um impacto negativos significativo e muitas vezes declaro na saúde e meio ambiente.
Estrategicamente a ONG a.b.e.l.h.a tem em seu gerenciamento pesquisadores e é possível verificar que toda a empresas tem nos seus respectivos sites citados exemplos de trabalhos de responsabilidade socioambiental, nosso marketing verde que funcionaria se a população já não estivesse ciente dos malefícios dos agrotóxicos.
É importante citar também a presença de empresas que produzem transgênicos como promotoras de eventos de produtos orgânicos quando aproveitam para distribuir sementes e realizar propagandas das diversas marcas de herbicidas, presentes no mercado nacional.
Imperam neste caso números inatingíveis por nossa imaginação de lucros, são utilizados produtos lícitos e ilícitos em diversas produções agrícolas os mais citados hoje na mídia são a soja, o milho, o algodão , o café e a cana -de-açúcar, mas também temos a produção de transgênicos e melhoramentos genéticos de arvores, empresas ligadas a celulose também lucram com o mercado de carbono.
O caso mais problemático para a o estado de São Paulo é a produção de Cana- de-açúcar, todo estado praticamente recebe toneladas de agroquímicos por meio da pulverização aérea e meio terrestre, além das queimadas e da exposição dos trabalhadores a exaustivas horas de trabalho e mudanças no clima.
A fauna está comprometida o efeito toxicológico em abelhas é mais destacado na mídia, mas ocorre principalmente a morte de mamíferos como morcegos de várias espécies e de macacos; o desiquilíbrio no meio ambiente vem proporcionando um aumento de insetos vetores, prejuízo reconhecido internacionalmente para própria produção agrícola.
Os morcegos estão perdendo suas presas naturais e mudando os hábitos, hematófagos migram para as cidades e podem transmitir doenças como a raivas, mas é importante para a população saber os morcegos são necessários também para a polinização e estes não provocam doenças em humanos ou animais.
Empresas começam a se preocupar com o monitoramento laboratorial de animais, no estado da Bahia uma equipe de pesquisadores relacionou o aumento de câncer mamário em cães com a alimentação industrializada, as rações contem soja transgênicas, além de conservantes. Em São Paulo veterinários recomendam alimentos naturais como prevenção do câncer.
Muito provavelmente a mutação genica encontrada no vetor da febre amarela esteja correlacionada aplicação de produtos químicos.
A sociedade está preocupada com a questão e possui neste momento acesso a informações capazes de mudar o padrão de consumo alterando este modelo econômico que penaliza a todos sem exceção.
Contudo infelizmente os nossos futuros Engenheiros Agrícolas bem como cientistas de renome parecem não ter informação alguma sobre os eventos acima citados.

Leia:
Em artigo publicado em 2010 a Itália inovou e utilizou morcegos no combate a mosquitos em vez de utilizar pesticidas.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/05/100504_italiamorcegos_av
Entenda por que o trabalho dos morcegos pode ‘valer’ US$ 1 bilhão
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150916_morcegos_plantacoes_lab
Temos um pacote do veneno tramitando no Congresso Nacional’, alerta procuradora
http://www.sul21.com.br/jornal/temos-um-pacote-do-veneno-tramitando-no-congresso-nacional-alerta-procuradora/
Ouça:
Promotor e Defensor destacam a importância da sociedade civil na questão: