A Ciência a serviço da comunidade: aprendendo um pouco sobre a raiva: Dia Mundial da Raiva no Instituto Pasteur

Por: Ana Marina Martins de Lima/ Ambiente do Meio

O Dia Mundial da Raiva é comemorado dia 29 de setembro e o Instituto Pasteur, que pertence a Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, abrirá suas portas para população nos dias 22 e 29 de setembro.

Estão previstas visitas monitoradas ao acervo histórico, laboratório simulado, interação em uma caverna cenográfica onde o ciclo de vida dos morcegos é explicado, jogos, brincadeiras e exibição de vídeos.

O objetivo é apresentar a instituição para comunidade e as atividades referentes ao combate da raiva realizadas no campo e na cidade destacando-se a necessidade da preservação da natureza, um trabalho de difusão da Ciência e da Pesquisa.

Durante o ano todo a Instituição recebe estagiários provenientes de Instituições de Ensino de todo o país e são realizados treinamentos de ensaios laboratoriais para profissionais ligados à rede OPAS.

História do Instituto Pasteur e sobre doença

O Instituto Pasteur de São Paulo, referência no estudo da raiva, foi criado em 1903 como uma instituição privada, por um grupo de beneméritos, seguindo os ideais de Louis Pasteur, a ciência buscando soluções para questões práticas.

Em 1916, foi doado ao Governo Estadual.No início do século XX, a raiva canina ocorria sem controle e muitos eram os óbitos humanos por causa da doença.

Moradores da capital paulista, do interior e também de outros estados, procuravam o Instituto Pasteur em busca de tratamento preventivo.

Chegavam também pessoas já doentes, com suspeita de raiva humana, que eram encaminhadas ao Hospital de Isolamento Emílio Ribas, para fatalmente evoluírem para óbito.

Nos canis da instituição eram observados animais suspeitos.

Em 1908, o diretor do Instituto Pasteur, o italiano Antonio Carini, levantou a hipótese da raiva dos bovinos e eqüinos pode ser causada pelo morcego hematófago.

No princípio, a comunidade científica internacional considerou a teoria como uma “fantasia tropical” , mas depois a ideia de Carini foi demonstrada por pesquisadores alemães.

“Não pegue ou capture animais doentes, registre o local e chame um profissional capacitado”

Sobre a Doença Raiva:

A raiva é uma doença fatal, que pode ser prevenida pelo controle da doença nos animais e da profilaxia (tratamento preventivo) no ser humano e animais suspeitos de transmissão.

Atualmente temos conhecimento científico que pode evitar mortes ocasionadas principalmente por acidentes com mordeduras ocorridas no resgates de animais afetados ou mordeduras por em ambientes domésticos.

A doença provoca a morte de cerca de 55.000 pessoas/ano mundo, a grande maioria (99,9%) na Ásia e África.

O principal transmissor da doença é o cão, no entanto ocorrem acidentes na tentativa de resgatar ou tratar animais afetados pela doença como por exemplo: cavalos, saguis, bovinos, gatos, lobos, onças e outros.

“Animais silvestres não são PETS, não devem morar em casas ou apartamentos, se você quer devolvê-lo para o ambiente natural entre em contato com um orgão ambiental mais próximo de sua casa”.

O que eu faço se eu encontrar um animal doente?

É de extrema importância que ao ver um animal caído no caso de morcegos ou outro animal você não tente resgatar você pode adoecer, a orientação é ligar para o Serviço de Zoonose do Município e na ausência deles deve ser contactado os bombeiros, polícia ambiental ou polícia militar, se estiver em áreas de parques acionei o IBAMA.

“Animais silvestres são polinizadores e dispersores de sementes na natureza equilibrando a produção de alimentos”

Sobre o monitoramento e pesquisa da raiva:

Tendo como base o binômio prestação de serviços X pesquisa científica, o Instituto busca a resolução de problemas ligados à saúde pública, em particular a raiva.

Em relação à prestação de serviços, dentre as atividades principais podem ser destacadas: o diagnóstico virológico, a sorologia para avaliação de anticorpos anti-rábicos, atuando como Laboratório de Referência Nacional e consorciado da Organização Pan-americana de Saúde – OPAS / Organização Mundial de Saúde – OMS, para estudos de cepas do vírus da raiva.

Executa a tipificação antigênica e genética de amostras positivas.

Desenvolve pesquisas sobre a doença e fornece insumos, como o conjugado anti-rábico, células e vírus para laboratórios de todo país e países da América do Sul e América Central.

Na pesquisa científica a maioria dos projetos vem sendo executados na área aplicada, principalmente visando solucionar problemas atuais ligados à raiva, sua epidemiologia e seu controle na população animal e humana.

Desde janeiro de 1996, o Instituto Pasteur, também sedia a coordenação do Programa de Controle da Raiva do Estado de São Paulo.

Esta coordenação tem trabalhado com várias instituições do Estado de São Paulo.

Com a implementação das ações do Programa de Controle Estadual da Raiva, a ocorrência entre cães e gatos teve um acentuado declínio a partir de 1997, não sendo mais registrados casos com a variante canina desde 1999, no entanto ainda existem casos de animais não domésticos em áreas rurais e ambientes de florestas.

Alguns dados do Estado de São Paulo:

Provavelmente mais de 120.000 pessoas/ano sofrem algum agravo (agressão ou contato com mamífero).

Nos últimos 10 anos a notificação desses atendimentos é de 100.000/ano.

Em mais de 40.000 desses atendimentos é indicada a profilaxia de raiva pós-exposição.

Entre 15 a 20 mil pessoas/ano, por trabalho, lazer e outros motivos podem correr o risco de se infectarem com o vírus da raiva, e por isso recebem o esquema de profilaxia pré-exposição.

Sobre o Papel dos Pesquisadores, Auxiliares de Laboratório e Técnicos O Instituto Pasteur consta com profissionais de diversas áreas técnicas com formação em Biomedicina, Biologia, Medicina, Farmácia,Medicina Veterinária, Enfermagem, Técnicos em Química e Técnicos em Patologia Clínicas.

Os profissionais participam de treinamentos e capacitam profissionais de outros países ligados à rede da OPAS.

“ Todos os Institutos Estaduais de Pesquisa, assim como os profissionais que neles atuam deveriam ser inseridos na Pasta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, um país que investe em Ciência e Tecnologia promove um melhor presente e futuro para todas as gerações.“ Opinião da autora da matéria

Sobre o trabalho laboratorial

Anualmente são realizadas dosagem de anticorpos anti-rábicos em cerca de 24.000 amostras de soro humano para todo o país (exceto Minas Gerais).

A cada ano são vacinados cerca de 5,5 milhões de cães e 1 milhão de gatos.

Dentre 15 a 20 mil amostras/ano de animais suspeitos que são processados pelos vários laboratórios do Estado de São Paulo são metade pelo processados no Instituto Pasteur.

São realizadas análises sorologias de humanos visando o monitoramento da atividade vacinal de profissionais das áreas de saúde e da agricultura bem como prestadores de serviços de clínicas veterinárias e PETS e estudantes universitários, além de casos suspeitos de contatos com animais adoecidos.

A instituição atua em conjunto com o serviço de Defesa Agropecuária.

“ Não mate morcegos ou macacos eles são afetados e transmitem doenças devido ao desequilíbrios da natureza provocado por atividades humanas”

Sobre as necessidades da Instituição

Expansão do espaço físico dos laboratórios, aquisição de insumos e concurso público para aumento do quadro de profissionais atuantes diante do aumento da demanda de serviço provenientes do Brasil e de países da América Latina associados a OPAS.

Nota da Secretaria de Saúde do Estado: Desde 2022, no estado de São Paulo não se realizam mais campanhas para vacinação contra raiva em cães e gatos, este serviço agora está disponível o ano todo em postos de vacinação. Informe- se na secretaria de saúde do seu município. Proteja seu animal de estimação, mantendo a vacinação dele sempre em dia!

Veja parte da exposição ocorrida em 2019* Acervo pessoal da autora da matéria

Serviço

Dia Mundial da Raiva: Instituto Pasteur de Portas Abertas

Data: Dias 22 e 29 de setembro

Horário: das 10 horas as 16 horas

Endereço: Avenida Paulista, 393 – Cerqueira César. Orientação descer na Estação Brigadeiro do Metrô da Linha Verde, lado ímpar da Avenida Paulista

*Observação parte das informações foram adaptadas do site oficial da instituição, clique aqui para acessar.

Deixe um comentário