Por: Ana Marina Martins de Lima
O Doutor Adeylson Ribeiro realizou sob a supervisão da professora Adelaide Nardocci e com apoio de integrantes do Núcleo de Pesquisa em Avaliação de Riscos Ambientais (NARA) da Faculdade de Saúde Pública da USP e colaboradores a pesquisa sobre a influência da poluição de automotivos na saúde da população cujo artigo foi publicado recentemente na revista Cancer Epidemiology em conjunto com colaboradores.

O artigo sobre o impacto na saúde decorrente da poluição do ar no município de São Paulo descreve influência da densidade de tráfego de veículos leves e pesados no risco de incidência e mortalidade por cânceres do aparelho respiratório na população, no período de 2002 a 2013.
Para pesquisa foram utilizados dados de duas bases: o Cadastro de Câncer de Base Populacional Municipal de São Paulo (2002–2011 dados de incidência de câncer); e o Banco de Dados de Mortalidade da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (2002–2013 dados de mortalidade por câncer).
As relações entre o número de casos de câncer do trato respiratório em cada área analisada e as covariáveis padronizadas – densidade de tráfego e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – foram avaliadas com um modelo ecológico de Besag-York-Mollie com estimativas de riscos relativos (RRs)
Os pesquisadores concluíram que a população mais exposta reside nas áreas centrais da cidade e possui status socioeconômico mais elevado; contudo foi encontrada influencia da poluição do ar por veículos em áreas periféricas de São Paulo.
Os autores esperam que trabalho contribua para o desenvolvimento de políticas públicas que visem diminuir o impacto da emissão veicular na saúde da população.
Este sem dúvida é um trabalho que nos traz a reflexão: muitos trabalhos brasileiros sobre este tema foram reconhecidos e publicados em revistas de renome internacional no entanto nossos tomadores de decisão desprezaram os resultados e hoje a cidade vive em um clima seco com baixa umidade que somado a poluição veicular potencializa os impactos sobre a saúde da população, este é o momento para uma cobrança mais efetiva de autoridades por uma Política de Saúde com base em pesquisas acadêmicas voltada para questões preventivas em Saúde Ambiental.
