Relatório técnico de 1989 afirma que CPRM furou poços para Companhia Salgema no Bairro de Bebedouros em Maceió: ouve dificuldades técnicas e Bairro de Pinheiro teve afundamento na década de 80

Por Ambiente do Meio

Mina 18 da Braskem se rompe na Lagoa Mundaú. Foto: UOL

Reportagem especial do Intercept Brasil afirmou:

“Estrutura de espionagem da Ditadura Militar monitorou passeatas, trabalhadores, jornalistas e até bloco de Carnaval críticos à exploração de atividade mineral em Maceió…A desconfiança sobre os trabalhadores tinha razão de ser: os impactos negativos da exploração mineral na região já apareciam na imprensa e poderiam contaminar o corpo de funcionários. Como relembrou o site ComeAnanás, em março de 1977, menos de uma semana após o início da produção de cloro, surgiram os primeiros peixes mortos próximos ao local de lançamento de resíduos de sal-gema no mar,  Mais de 60 pessoas que apresentaram problemas respiratórios, náuseas e vômitos também já tinham sido atendidas no posto de saúde do Trapiche da Barra…Em 1983, uma reportagem do jornal Gazeta de Alagoas, publicada em 13 de março, novamente acendeu o alerta do SNI. O relatório de inteligência produzido à época pelos arapongas demonstra que a estrutura de espionagem do governo federal, chefiada pelo coronel Newton Cruz, sabia dos riscos de um “acidente grave” na região – justamente o que está prestes a ocorrer agora, em 2023..”

Minas desmoronam desde a década de 80/ Jornal Gazeta de Alagoas

A maioria dos moradores da zona crítica do bairro do Pinheiro, dentre eles um dos coordenadores do Movimento S.O.S Pinheiro, Geraldo Vasconcelos, revela que há mais de 10 anos os proprietários de imóveis vivem consertando rachaduras nas paredes e no chão.

Por | Edição do dia 22/06/2019 – Matéria atualizada em 22/06/2019 às 00h00

A maioria dos moradores da zona crítica do bairro do Pinheiro, dentre eles um dos coordenadores do Movimento S.O.S Pinheiro, Geraldo Vasconcelos, revela que há mais de 10 anos os proprietários de imóveis vivem consertando rachaduras nas paredes e no chão. O afundamento de ruas também não é novidade na comunidade. Ninguém, até então, suspeitava que a origem dos problemas geológicos era dos poços da Braskem. A gente imaginava que as rachaduras nos imóveis e nas ruas estavam relacionadas ao saneamento e a rompimento nas galerias da água da chuva, diz Vasconcelos. Na verdade, as rachaduras coincidem com o período de desmoronamento em minas e poços das de extração de salmoura. Os desmoronamentos e envergamento de poços começaram a ser percebidos na década de 1980, pelos técnicos da Indústria Salgema S/A (antigo nome da Braskem).

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Parte do Relatório Técnico Indicando Problemas:

Definições segundo a Wikipedia

Arcose ou arcóseo é uma rocha sedimentar detrítica composta por grãos de quartzofeldspatos, alguns fragmentos líticos e um cimento ou matriz (<15%), na verdade um arenito com um teor elevado de feldspato (>25%).

É uma rocha muito imatura mineralogicamente. Os seus componentes detríticos podem ser de origem ígnea ou metamórfica.

Podem também ter origem em processos tectónicos como colisões continentais que provocam pressão horizontal, fricção e deformações.

Tectónica de placas é o ramo da geologia que estuda a estrutura e dinâmica da litosfera, uma estrutura com características mecânicas bem definidas constituída pela crusta terrestre e pela camada superior do manto terrestre. A litosfera por sua vez está dividida em placas separadas, cada uma das quais capaz de se mover em relação às restantes por deslizamento sobre a camada mantélica plástica subjacente, a astenosfera, num processo que tem como força motriz a contínua perda de calor do interior da Terra.

Todos os movimentos da crosta terrestre com origem em processos tectônicos são comumente referidos como tectonismodiastrofismo ou ainda tectónica. Naqueles incluem-se a formação de bacias oceânicascontinentesplanaltos e cordilheiras. As subdivisões principais são duas:

  • movimento orogenético — horizontal, que pode ser entendido como o conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois), ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental;
  • movimento epirogenético — vertical, os movimentos da crosta terrestre cujo sentido é ascendente ou descendente, atingindo vastas áreas continentais, porém de forma lenta, inclusive ocasionando regressões e transgressões marinhas.

Tectónica de placas (português europeu) ou tectônica de placas (português brasileiro) (do grego τεκτονικός relativo à construção) é uma teoria da geologia que descreve os movimentos de grande escala que ocorrem na litosfera terrestre.

Em geologia, um conglomerado ou rudito (do latim rūdus,i: ‘pedra miúda misturada com cal, cascalho’) é uma rocha sedimentar de tipo detrítico formada majoritariamente por clastos e fragmentos arredondados de rochas preexistentes – grânulos, cujo diâmetro é maior que 2mm e menor que 4mm, conforme a escala de Wentworth, sendo menores do que seixos e maiores do que areia grossa – unidos por um cimento de material calcárioóxido de ferrosílica ou argila endurecida.[1][2] Esses clastos podem corresponder a qualquer tipo de rocha.[1

xisto betuminoso é uma rocha sedimentar de grão fino, rica em material orgânico, contendo querogênio (uma sólida mistura de compostos químicos orgânicos), a partir do qual podem ser produzidos hidrocarbonetos líquidos chamados de petróleo de xisto. O petróleo de xisto é um substituto para o petróleo convencional; contudo, a extração do petróleo de xisto do xisto betuminoso é mais cara e tem maiores impactos ambientais)

Impacto ambiental é a alteração de condições do meio ambiente e/ou dos elementos presentes neste em consequência de atividades humanas (antrópicas). Estes impactos podem manifestar-se em forma de poluição de recursos naturais (como Poluição do soloágua e ar), destruição de ambientes naturais, redução de indivíduos ou extinção de espécies, aumento da temperatura global, acidificação dos oceanos, comprometimento de serviços ecossistêmicos essenciais à vida, entre outros.

No Brasil, a Resolução do CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986, da Política Nacional do Meio Ambiente, define como impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicasquímicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

  1. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
  2. as atividades sociais e econômicas;
  3. biota;
  4. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
  5. a qualidade dos recursos ambientais.[1]

Ou seja, os impactos ambientais não são apenas os causados na natureza em si, alguns desses impactos produzem consequências também na vida das pessoas e na economia de regiões. No entanto, este verbete está focado principalmente aos danos bióticos causados pelas ações humanas.

A Formação Crato é composta por sucessões sedimentares carbonáticas e siliciclásticas intercaladas, onde destacam-se os calcários laminados que caracterizam este estrato geológico sedimentar.[3]

As rochas da Formação Crato são representadas por folhelhos papiráceos calcíferos, interestratificados com calcários micríticos laminados, argilosos, formando bancos extensos com mais de 20 m de espessura.

Na visão tradicional, evaporito(a) ou depósito salino é uma rocha sedimentar formada pela cristalização e precipitação química dos sais dissolvidos em um meio aquoso, devido a um processo de evaporação.[1] Seu ambiente de formação são bacias fechadas sujeitas a evaporação intensa. Seu precipitado gera depósitos de cloretossulfatosboratos e carbonatos. Há dois tipos de depósitos de evaporação: marinhos, que também podem ser descritos como depósitos do oceano, e não-marinhos, que são encontrados em corpos de água, como lagos. Evaporitos são considerados rochas sedimentares químicas.

Os evaporitos são economicamente importantes devido à sua mineralogia, suas propriedades físicas in situ e de seu comportamento dentro da subsuperfície.

Minerais evaporíticos, especialmente nitrato de minerais, são economicamente importantes no Peru e no Chile. Minerais nitratos são muitas vezes extraídos para utilização na produção de fertilizantes e explosivos.

Depósitos de halita espessos poderão tornar-se um local importante para a eliminação de resíduos [nucleares] devido à sua estabilidade geológica, engenharia previsível e comportamento físico e impermeabilidade à água subterrânea.

Formações de Halita são famosas por sua habilidade de formar diápiros que produzem locais ideais para formar armadilhas e rochas selantes ou impermeáveis para os depósitos petróleo. É o caso das acumulações do Pré-sal descobertas pela Petrobras no Brasil, nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.

fraturamento hidráulico é um método que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo. Também é denominado fratura hidráulicaestimulação hidráulica[1] ou pelo termo da língua inglesa fracking. O fracking é também utilizado na produção de energia geotérmica com o objectivo de aumentar a recuperação de fluidos quentes que são posteriormente usados na produção de calor ou eletricidade.

Com a água adiciona-se uma certa quantidade de areia para evitar que as fraturas se fechem com a interrupção do bombeamento, e também adiciona-se aditivos cuja função é abrir vias para a extração do gás de xisto, evitar a contaminação do gás e do petróleo de xisto e a corrosão, manter espaço aberto e preservar o óleo evitando sua degradação durante o processo, entre outras funções. Entretanto só em 2002 combinou-se o uso de água tratada com aditivos químicos que reduzem a fricção com a perfuração horizontal e a fratura em várias etapas.[26][27][28]

Segundo a indústria do fracking, os componentes injetados “são compostos de 99,51% de água e 0,49% de aditivos”,[29] e segundo seus críticos “os compostos equivalem a 2% do volume destes fluidos”.[30] São estes aditivos que causam mais polêmica, pois seus críticos afirmam que incluem substâncias tóxicas, alergênicas e cancerígenas, tornando o subsolo irrecuperável.[17] 

A composição do material injetado varia de acordo com o tipo de fraturamento desejado, das condições específicas do poço e das características da água. Tipicamente o fraturamento emprega entre 3 e 12 substâncias químicas diferentes,[31] mas um levantamento realizado pela Universidade de Yale listou cerca de mil compostos químicos.[17] Embora exista grande diversidade de compostos pouco convencionais, entre as sustâncias mais usadas encontram-se:

A substância mais usada na instalações de fracking dos Estados Unidos entre 2005 e 2009 foi o metanol, outros produtos amplamente usados foram álcool isopropílico, 2-butoxietanol e etilenoglicol.[34]

Nos EUA, em torno de 750 compostos químicos são usados como aditivos no fracking, segundo um informe do Congresso dos Estados Unidos publicado em 2011, que foi mantido em segredo por “razões comerciais.”[34][35] Diversos componentes dos aditivos, como listado pelo departamento de conservação ambiental de Nova York, são cancerígenos.[36]

Existe uma grande preocupação ambiental acerca das técnicas de fraturamento hidráulico, devido ao risco de contaminação de aquíferos, emissão de poluentes que afetem a qualidade do ar, a possibilidade de migração para a superfície de gases e substâncias empregadas no processo, risco de vazamentos ou acidentes resultantes da má gestão de resíduos e falhas técnicas/operacionais, e os efeitos na saúde da população residente no entorno, dentre os quais o câncer.[8][34] As empresas que usam o fraturamento alegam que tudo isto pode ser controlado por meio de procedimentos de segurança como o uso de selantes adequados e cimento para isolar os aquíferos e tratamento da água para seu reúso pelos poços de extração.[37][38]

Porém, apesar dessas declarações, evidências em contrário têm se avolumado, a polêmica é grande,[39][40][41][42] e estima-se que a exposição aos componentes químicos do fracking aumentará, a curto prazo, como resultado da multiplicação dos poços que empregam esta tecnologia.[8] Além disso, as empresas de extração resistem em revelar quais substâncias são utilizadas,[43] e muitas vezes há sonegação de informações sobre os impactos negativos do método por parte de governos e corporações.[15][44]

Habitualmente a injeção de água no subsolo provoca micro-sismos, demasiado suaves para ser detectados exceto por aparelhagem de precisão, mas às vezes desencadeia tremores maiores que podem ser sentidos pelas populações locais. Por vezes, estes eventos são aproveitados para obter um registro vertical e horizontal da extensão da fratura.[74] Um relatório do Reino Unido concluiu que o fraturamento hidráulico era, muito provavelmente, causador de pequenos tremores (de 1,4 a 2,3 na escala Richter) ocorridos durante práticas de fracking em Abril e Maio de 2011.[75][76][77] Estes tremores foram sentidos pela população local. Devido a estes eventos, o aumento da atividade sísmica encontra-se entre os efeitos mais associados ao fraturamento hidráulico pela opinião pública no Reino Unido.[78]

Embora as magnitudes destes tremores sejam em geral pequenas, menores que o grau 3 na escala Richter, o Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que não existem garantias de que tremores maiores não possam ocorrer,[79] e de fato não apenas já ocorreram como têm se tornado mais frequentes. Em 2009 ocorreram 50 terremotos com magnitude superior a 3 nos estados do Alabama e Montana, enquanto que em 2010 ocorreram 87. Em 2011 ocorreram 134 tremores na mesma área, um aumento de 6 vezes em comparação aos níveis do século XX.[80] Vários terremotos em 2011 em Youngstown (Ohio), incluindo um de magnitude 4, estiveram provavelmente relacionados com a injeção de água do processo de fracking, de acordo com sismólogos da Universidade Columbia.[9][81] A região entre o norte do TexasNebraskaKansas e Oklahoma experimentou entre 2009 e 2011 mais de 250 tremores, e a grande maioria das ocorrências foram detectadas dentro um raio de duas milhas no entorno de um poço de exploração por fraturamento. Ao longo dos anos, a frequência de tremores nesta região tem quase dobrado a cada ano. Em 2011 três tremores, de magnitude 3,7, 3,9 e 4,3, de uma série de 11 que afetaram o norte do Texas no intervalo de 40 dias, numa região geologicamente estável, causaram abalos e danos em casas e outras estruturas. Há o receio de que tremores desta intensidade ou superior possam danificar as próprias instalações de exploração de petróleo e gás causando vazamentos e desastres ambientais de grande amplitude.[79] As operações de fracking em poços de água salgada podem causar tremores de magnitude até 3,3.[8

No Brasil a técnica começou a ser experimentada na década de 1990, muitas vezes de forma clandestina e ilegal.[126] Apesar de a Agência Nacional do Petróleo reconhecer que existem riscos, que o conhecimento é insuficiente e que a polêmica é grande,[126] e contrariando parecer técnico do Ministério do Meio Ambiente, da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, que junto com organizações ambientalistas previram uma série de danos ambientais,[127][128][129][130] em 2013 o governo declarou intenção de viabilizar o fracking e o edital da 12ª Rodada de Licitações permitiu a exploração.[131] O Ministério Público Federal, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Academia Brasileira de Ciências solicitaram a anulação do leilão e a suspensão das concessões.[132][133] Ações judiciais de âmbito regional foram impetradas com sucesso para suspender a exploração nos estados da Bahia, Acre, Alagoas, Sergipe, Paraná, Amazonas e em cinco blocos exploratórios na Bacia do Paraná localizados no oeste de São Paulo, praticamente interrompendo todas as atividades de fracking.[25][126][134][135][136][137] Essa mobilização fez com que a 13ª Rodada de Licitações fosse um grande fracasso, com apenas 14% dos blocos de exploração arrematados.[126] A regulamentação específica do fracking só ocorreu em 2014 através da Resolução Nº 21 da Agência Nacional do Petróleo, e mudanças já estão sendo estudadas.[25] Grupos ambientalistas defendem a proibição definitiva do fracking em todo o território nacional.[126]

Até 2013 o fraturamento hidráulico continuava proibido na França, assim como em alguns locais dos EUA, como Buffalo (estado de Nova Iorque) e Pittsburgh (Pensilvânia). Existem ainda, moratórias no Canadá e África do Sul.[138

Descrição do processo de fraturamento hidráulico e das atividades relacionadas.

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