Raiva em cães e gatos no Brasil: vacinar para prevenir

Por: Ana Marina Martins de Lima* Com informações do Ministério da Saúde

A OMS estabeleceu 2030 como a meta para eliminar a raiva humana transmitida por cães nas Américas. No entanto, o Brasil assumiu o compromisso de atingir essa meta antes, durante a 17ª Reunião dos Diretores dos Programas de Raiva das Américas (17º REDIPRA) em Bogotá, Colômbia, em outubro de 2023. O objetivo é obter a validação de área livre de raiva canina pela OMS/OPAS até 2026.

orange tabby cat beside fawn short coated puppy
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Apesar dos avanços no controle da raiva transmitida por cães, o Brasil enfrenta novos desafios, com o aumento de casos de raiva humana causados por variantes do vírus rábico em animais silvestres, especialmente morcegos. Hoje, a transmissão por morcegos é a principal fonte de infecção da raiva em humanos no país.

Cães são os principais reservatórios do vírus da raiva em áreas urbanas. Gatos, embora não sejam reservatórios, também podem transmitir o vírus, especialmente quando estão próximos a cães infectados. No Brasil, a raiva em cães e gatos causada por variantes típicas de cães (AgV1 e AgV2) foi drasticamente reduzida graças à vacinação em massa e ao controle de focos em todo o país. O último caso de raiva em cão doméstico por AgV1 foi registrado em 2017, no Mato Grosso do Sul, e por AgV2 em 2019, no Maranhão. Hoje, a raiva em cães e gatos por essas variantes está sob controle.

No entanto, cães e gatos ainda podem ser infectados por variantes silvestres do vírus, transmitidas por morcegos, raposas e outros mamíferos silvestres. Por isso, é essencial manter as ações de prevenção e vigilância para evitar novos surtos.

Desde os anos 2000 até agosto de 2024, o perfil da raiva humana no Brasil mudou significativamente. Os casos de raiva transmitida por cães, conhecidos como ciclo urbano da doença, foram drasticamente reduzidos devido a campanhas de controle da raiva em cães e à profilaxia antirrábica adequada para a população.

Apesar dos avanços no controle da raiva transmitida por cães, o Brasil enfrenta novos desafios, com o aumento de casos de raiva humana causados por variantes do vírus rábico em animais silvestres, especialmente morcegos. Hoje, a transmissão por morcegos é a principal fonte de infecção da raiva em humanos no país.

“Na Cidade de São Paulo o Instituto Emilio Ribas possui uma equipe do Instituto Pasteur, realiza orientações e vacinações em caso de acidentes com animais além de vacinas preventivas para profissionais de saúde e estudantes das áreas de Biologia e Medicina Veterinária.”

No novo cenário que o Brasil se encontra, próximo a eliminação de raiva em cães domésticos, vimos esclarecer conceitos técnicos que serão utilizados para padronização da certificação junto a OPAS. 

O número de casos de raiva canina caiu de 635 em 2002 para 9 em 2023, e até 2024, foram registrados 8 casos, a maioria envolvendo variantes de animais silvestres.

Vacinação antirrábica canina e felina

O Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR), criado em 1973, implantou a vacinação antirrábica canina e felina em todo o território nacional, entre outras ações. Essa atividade foi uma das principais ferramentas para o decréscimo nos casos de raiva naqueles animais e, com isso, permitiu um controle da raiva urbana no país. Na série histórica de 1999 a 2024, o Brasil saiu de 1.200 para 8 casos no ano de 2024.

*Sobre a autora: Bióloga /Especialista em Gestão Ambiental/Jornalista/Autora do Site Ambiente do Meio e Profissional de Saúde, atuando na prevenção em monitoramento da Raiva junto a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Ministério da Saúde do Brasil.

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