Cantareira entra em Faixa de Alerta

ASCOM/ANA

Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas) informam que o Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, passará a operar na Faixa 3 – Alerta a partir de 1º de setembro, o que não ocorria desde dezembro de 2022.

A medida é resultado da redução do nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que atingiu volumes inferiores a 40% ainda em agosto, associada às chuvas abaixo da média nos últimos meses. Neste momento, o Sistema registra 35,01% de seu volume útil.

Com o Cantareira em faixa de alerta, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) poderá retirar do sistema até 27 metros cúbicos por segundo (m³/s), em vez dos 31 m³/s autorizados até agosto (Faixa 2 – Atenção, vigente desde setembro de 2024).

Como medida de mitigação, a SABESP poderá utilizar, além dos 27 m³/s autorizados no Cantareira, a vazão transposta no reservatório de Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, para o reservatório de Atibainha, com a vazão total limitada ao valor outorgado de 33 m³/s.

As agências recomendam a adoção de medidas adicionais pela Sabesp, conforme comunicado da SP Águas à Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), e demais usuários para preservar o volume de água nos reservatórios do sistema.

Vista do reservatório de água do Sistema Cantareira, com vegetação ao fundo e céu parcialmente nublado.
Reservatório Jacareí no Sistema Cantareira (SP) com baixo nível de armazenamento durante a crise hídrica de 2014 – Foto: Raylton Alves / Banco de Imagens ANA

Gestão compartilhada

A gestão do Cantareira é realizada de forma conjunta pela ANA e pela SP Águas, que acompanham diariamente os dados de níveis, vazões e armazenamento para subsidiar decisões de operação.

A entrada na Faixa de Alerta segue critérios definidos pela Resolução Conjunta nº 925/2017, elaborada após a crise hídrica de 2014/2015. A norma estabelece limites de retirada de água de acordo com o volume acumulado no Sistema Cantareira, conferindo previsibilidade às condições operativas e maior segurança hídrica para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

Cantareira

O Sistema Cantareira abastece cerca de metade da população da Região Metropolitana de São Paulo e contribui para o atendimento dos usos múltiplos da água, com destaque para o abastecimento de Campinas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

É composto por cinco reservatórios interligados — Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro — com volume útil total de 981,56 bilhões de litros. Desde 2018, conta também com a interligação entre a represa Jaguari (no rio Paraíba do Sul) e a represa Atibainha, ampliando a segurança hídrica para a Região Metropolitana de São Paulo.

Apesar de os reservatórios do Sistema Cantareira estarem localizados integralmente em território paulista, o Sistema recebe águas de uma bacia hidrográfica de gestão da União: a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A ANA e a SP Águas avaliam que as regras de operação vigentes são adequadas para a gestão dos recursos hídricos do Sistema e fazem o acompanhamento diário dos dados de níveis da água, vazão e volume armazenado, visando subsidiar a tomada de decisões.

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