Por: Ana Marina Martins de Lima
Por que devemos estar alerta ao meio ambiente externo e internos a nossas casas, mesmos se moradores de uma grande metrópole.
Simples estamos rodeados de grandes indústrias e algumas delas não possuem plano de gestão ambiental.
Algumas ignoram a lei e não utilizam filtros em suas chaminés, descartam resíduos em locais que desconhecem, não realizam o acompanhamento do descarte de seus resíduos, não fazem manutenção de “canos” que despejam resíduos e estes resíduos vão ao longo do tempo sendo depositados nos grandes rios como por exemplo nos rios Tiête e Pinheiros na cidade de São Paulo.
Mas algumas vezes de forma inesperada a rede de esgoto de uma empresa química se rompe e além de poluir o solo ocorre também a poluição de águas que são utilizadas para consumo humano, o resultado pode ser dano a saúde da população em imediato ou ao longo do tempo uma vez que a toxicidade pode ocorrer pela bioacumulação ou seja o “veneno” pode causar doenças de forma não imediata.
O que implica na descoberta destes “acidentes” é a forma de como é estruturada uma rede de pessoas com formação para auxiliar nestes casos e de como esta estruturado o poder judiciário para decidir sobre a culpa e a forma de como o dano a saúde será tratado.
Em se tratando de água os contaminantes mais encontrado são metais pesados e compostos orgânicos, já com relação ao ar além de outros poluentes destaca-se a grande preocupação com o gás de enxofre.
Lembro-me que quando pequena, toda família acordou com um forte odor de “ovo podre” saímos para fora “inocentes” querendo respirar melhor, o bairro estava coberto por um gás amarelo e hoje após anos do fato muitos de meus conhecidos morreram com diagnósticos de câncer na maioria das vezes pulmonar ou na tireoide, muitas pessoas necessitaram da retirada total da tireoide, eu sou uma delas, existem ainda pessoas com morte sem diagnóstico e que apresentam problemas cardíacos e respiratórios.
No dia do “acidente”, não me lembro de nenhuma ação seja do Órgão Ambiental ou do Órgão da Saúde.
As investigações nos casos de “acidentes ambientais” além da vigilância em saúde são tão importantes quanto as ações do judiciário em casos como este.
Infelizmente a chamada grande mídia não está alerta para casos deste tipo um exemplo é o caso de um garotinho de 4 anos que morreu em uma região onde o solo é considerado contaminado em Guarulhos, encontrei apenas duas notícias sobre esta fatalidade.
O fato é que ainda hoje milhares de pessoas moram sem saber em áreas contaminadas e possuem doenças que são ocasionadas pelo meio ambiente poluído, não são monitoradas e muito menos recebem o tratamento adequado.
Há um grande desafio para a Agência Ambiental, qual o momento certo de considerar uma área recuperada?
Na teoria uma área recuperada seria a aquela que não fornece nenhum risco para população que irá habitá-la.
Neste momento fica um alerta também para empresas que invistam em Programas de gestão Ambiental e assumam quando houver acidentes o quanto antes, para que seja realizada uma forma rápida de contenção dos poluentes e uma diminuição do risco a saúde da população local, temos e devemos preservar o Meio Ambiente, mas devemos também considerar que além de plantas e aninais, nós seres humanos fazemos parte deste Meio Ambiente.
Do ponto de vista econômico, assumir o dano e colaborar para que hajam consequências menores é uma forma de colaborar com a imagem da empresa em se tratando de comunicação de risco.
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http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101984000400002&lang=pt
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CASO BARÃO DE MAUÁ – Poluição Química, Contaminação Ambiental e Risco de Morte,
http://www.acpo.org.br/barao_de_maua/barao_maua.htm
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http://www.dgabc.com.br/Noticia/537535/pela-3-vez-cetesb-exige-remocoes-no-barao-de-maua