Os novos números divulgados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) da Fiocruz registraram mais de 100 mil casos de intoxicação humana e quase 500 óbitos registrados pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica em atividade no Brasil. Os dados são referentes ao ano de 2007 e apontam que os medicamentos (30,7%), animais peçonhentos (20,1%) e produtos de limpeza domiciliar (11,4%) são os principais agentes que causaram intoxicações em seres humanos naquele ano. Com cerca de 25% do total de casos, as crianças menores de cinco anos se mantém como a faixa etária mais atingida
De acordo com o Sistema nacional, as três maiores letalidades por agente tóxico (razão do número de óbitos pelo número de casos decorrentes de intoxicação) foram observadas para os agrotóxicos de uso agrícola, drogas de abuso e raticidas, bem como em 2006, quando as maiores letalidades foram as mesmas. As intoxicações por raticidas superaram a das drogas de abuso e os agrotóxicos de uso agrícola continua sendo o caso mais recorrente.
A principal circunstância das intoxicações é o acidente (classificado a partir de 1999 em individual, coletivo e ambiental), responsável por cerca de 55% do total de casos registrados, seguido da tentativa de suicídio e da atividade de ocupação, comportamento mantido desde 1985. “Para os medicamentos, agrotóxicos de uso agrícola, raticidas e drogas de abuso, a tentativa de suicídio apresenta a maior participação percentual, ficando a frente do acidente”, destaca a coordenadora do Sinitox e pesquisadora do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, Rosany Bochner. Rosany ainda explica que, os mais de 20 mil casos de intoxicação atribuídos às tentativas de suicídio apresentam relação de 60% com os medicamentos, e mais de 10% com os raticidas, bem como com os agrotóxicos de uso agrícola.
Os dados do Sinitox alertam que o sexo masculino apresenta o maior número de óbitos por acidente por agrotóxicos de uso agrícola com 112 registros, as drogas de abuso correspondem a 58, os raticidas a 26 e os medicamentos a 24. Para o sexo feminino, destacam-se os medicamentos com 53 óbitos, os agrotóxicos de uso agrícola com 50 e os raticidas com 20. A pesquisadora destaca a dificuldade de registrar o óbito por agrotóxicos de uso agrícolas, uma vez que tais agentes causam doenças crônicas como o câncer, que se manifestam anos depois da exposição ao agrotóxico.
Fonte: FIOCRUZ
Saiba Mais: http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=105&sid=106