Por Hugo Penteado*

Essa calor é a ponta do Iceberg (mudança climática) que atingiu o Titanic (a Humanidade). Não podemos fazer nada e quem pode, os ricos e poderosos, estão já nos bote salva-vidas, sem saber que eles também vão se afogar, porque não terá o Carpatia para resgatá-los. Estudamos isso dentro do campo da Economia Ecológica, e fora dele, na Ecologia, Biologia e Física. A situação é gravíssima e os riscos não são mais para o futuro, mas iminentes. Praticamente ninguém enxerga a gravidade e a discussão ainda é igual a da Idade Média. Discutimos hoje se devemos ou não ajudar os mais pobres, se as pessoas podem e devem ter menos filhos, se podemos ou não agredir e matar mulheres e minorias, se podemos ou não destruir a natureza, queimar a floresta e desmatar, contaminar nossos corpos, a água e o solo; e se essa escravização entranhada na nossa civilização existe ou não. Apesar de 15.000 cientistas disparando alertas há décadas e de assinarem um último aviso, um terço da população apoia o terraplanismo, a morte violenta dos opositores, mostra-se racista e defende essa violência com base na ideologia e na moral religiosa e não na tolerância dos sacerdotes como Cristo e outros. Não saímos da Idade Média e pior estamos caminhando para um novo nazismo e fascismo. O cenário é da total perda de humanidade dos mais poderosos dizimando os mais fracos, um retrocesso no meio do nosso maior desafio, que é o fim iminente da vida na Terra causado pela nossa insignificante espécie animal.

E porque temos que nos preocupar com um terço de fanáticos? Por que um terço, através do silêncio do resto, consegue colocar pessoas no poder político com uma agenda apocalíptica. A única explicação para essa escolha é a perversidade dentro de cada um, que precisa ser tratada com força pelos que ainda mantêm um pouco de esperança na humanidade.

*Hugo Penteado é Mestre e Bacharel em Economia , autor do livro ” Ecoeconomia uma nova abordagem”