Semana do Orgulho LGBT: Programa Municipal de DST/AIDS passa a vacinar público LGBT contra Hepatite A e distribui mais de 550 mil preservativos

Por ASCOM/SMS

Parada do Orgulho LGBT
Parada do Orgulho LGBT. Foto: Bem Tavener

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo passou a oferecer desta segunda-feira (28) vacinas contra hepatite A para gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e pessoas trans. O objetivo é prevenir novos casos da infecção e, assim, evitar uma epidemia como a do ano passado.

Entre janeiro de 2016 e abril de 2017, a capital paulista registrava uma média de cinco novos casos de hepatite A por mês. Em maio do ano passado, o número triplicou e atingiu o pico de 156 notificações em julho de 2017.

A capital paulista fechou o ano passado com 786 casos confirmados da infecção, 176 hospitalizações e dois óbitos. Só nos quatro primeiros meses de 2018 já são 301 notificações e 80 hospitalizações de hepatite A, sem registros de mortes. Os dados são do último Boletim Epidemiológico da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), órgão da SMS, com dados de até 7 de maio de 2018.

Tanto em 2017 quanto neste ano, cerca de 80% dos registros são em homens e a maioria com idade entre 18 e 39 anos. Em mais de 40% dos casos no último ano e em cerca de 35% das notificações de 2018, a infecção foi de forma sexual.

A hepatite A é transmitida por meio de água e alimentos contaminados com fezes ou no contato íntimo com pessoas infectadas. É por meio dessa segunda via de transmissão que os agentes de saúde de Covisa observaram um crescimento repentino nas notificações da infecção entre homens que fazem sexo com homens, com práticas sexuais orais/anais.

“A vacina é uma importante forma de prevenção, principalmente a esse público que, com práticas sexuais específicas, fica mais exposto à infecção. É mais um avanço que o SUS dá para ampliar a proteção na cidade”, diz Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), também da SMS.

As doses estão disponíveis nos Serviços de Assistência Especializada (SAE) e nos Centros de Referência (CRs) em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)/AIDS da capital paulista. As unidades funcionam de segunda a sexta, das 7h às 19h. Para se vacinar, basta levar a carteira de vacinação. Os endereços dos SAEs e dos CRs podem ser conferidos em prefeitura.sp.gov.br/dstaids/rme.

Além dessas unidades municipais, as doses também estão sendo ofertadas nos Centros de Referência pra Imunobiológicos Especiais (CRIE) do Emílio Ribas (Av. Dr. Arnaldo, 165), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP – Rua Dr. Ernesto de Carvalho Aguiar, 155 – Cerqueira César – Prédio dos Ambulatórios) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp – R. Borges Lagoa, 770 – Vila Clementino), além do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS (CRT DST/AIDS – Rua Santa Cruz, 81 – Vila Mariana), que são serviços de saúde do estado na capital paulista.

A proteção contra a infecção começa após 10 dias a primeira dose. É necessárias duas aplicações da vacina, com intervalo de seis meses, para efetividade completa.

Hepatite A

A infecção não possui tratamento específico, apenas formas de amenizar os sintomas, mas tem cura. A recomendação é procurar um serviço de saúde para receber orientações médicas.

A pessoa infectada pode não apresentar sintomas ou ter febre, mal-estar, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes esbranquiçadas, fraqueza, falta de apetite, náuseas, vômitos e dores abdominais. Uma vez tida a infecção, a pessoa fica imunizada.

A vacina contra a hepatite A passou a fazer parte do calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014. A recomendação de aplicação é para crianças de um a dois anos de idade, além de pessoas vivendo com hepatites B, C ou HIV. Agora fazem parte do público-alvo os gays e outros HSHs, travestis e pessoas trans de todas as idades.

É importante ressaltar que a prevenção da hepatite A em adultos inclui o uso de preservativo nas relações sexuais, uso de barreiras de látex durante o sexo oral-anal, luvas de látex para dedilhado ou “fisting”.  A higiene pessoal e sexual, a lavagem de mãos e da região genital e anal antes e depois do ato sexual, bem como a higienização de vibradores, plugs anais e vaginais também fazem parte das estratégias de prevenção contra a infecção.

Camisinhas estarão disponíveis nos eventos oficias da Parada, na unidade móvel do programa e em estabelecimentos festivos do Centro

Mais de 550 mil preservativos gratuitos serão colocados à disposição pelo Programa Municipal de DST/AIDS (PM DST/AIDS), da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), durante esta semana do Orgulho LGBT da capital paulista. A distribuição das camisinhas acontece em pontos estratégicos e em eventos temáticos, para atingir o maior número de pessoas, especialmente a população LGBTI+.

“Os gays, outros homens que fazem sexo com homens, as travestis e as pessoas trans fazem parte da população-chave para a epidemia do HIV/AIDS, se tornando mais vulneráveis à infecção do vírus. Por isso, é tão importante colocar a prevenção onde as pessoas estão, de mais fácil acesso”, diz Cristina Abbate, coordenadora do PM DST/AIDS.

Nessa semana que antecede a 22ª Parada do Orgulho LGBT, o programa de DST/AIDS da capital paulista instalou banners nos postes da avenida Paulista com mensagens de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)/AIDS. Os temas abordados são a distribuição gratuita de camisinhas, a divulgação das Profilaxias Pós-Exposição (PEP) e Pré-Exposição (PrEP), além da Prevenção Combinada ao HIV. Todas essas formas de prevenção ao vírus são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da capital paulista. Há ainda um painel sobre a pesquisa “A Hora É Agora-SP”, que está distribuindo autotestes de HIV na cidade de São Paulo para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), maiores de 18 anos e moradores da capital paulista.

O PM DST/AIDS firmou também parcerias com estabelecimentos estratégicos e festas de estabelecimentos do Centro da cidade para a distribuição de preservativos nesses locais, bem como divulgação de materiais de comunicação sobre os autotestes gratuitos de HIV. Em partes desses locais acontecem festas temáticas da Parada e a maior parte dos frequentadores é o público-chave das ações.

Na próxima quinta-feira (31), a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBTSP) promoverá a 18ª Feira do Orgulho LGBT no Vale do Anhangabaú, no Centro. O programa também estará no local, das 10h às 16h, ofertando preservativos gratuitos e orientação sobre prevenção às ISTs/AIDS. Haverá ainda a realização de testes rápidos de fluido oral – sem o uso de sangue – de HIV nas unidades móveis do programa. Vale destacar que todo o procedimento é sigiloso e seguro.

No sexta-feira (1º), um aplicativo de relacionamento gay e de HSHs promoverá um campeonato de futebol composto por atletas gays. A disputa da taça acontecerá na Lapa, na zona Oeste, e também contará com a ação de testagem rápida de HIV do Programa Municipal de DST/AIDS de São Paulo.

Durante a Parada, agentes de prevenção do Programa Municipal de DST/AIDS farão a distribuição de camisinhas masculinas e femininas, bem como conversarão com o público sobre formas de prevenção às ISTs/AIDS. Esta atividade acontecerá das 10h às 17h.

O órgão terá ainda três tendas instaladas em frente aos parques Trianon e Mário Covas e ao Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Acima de cada tenda haverá testeiras e blimps (balões infláveis) que indicam a presença do PM DST/AIDS no local.

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