“A importância desta exposição é, sobretudo levar a população o conhecimento de sua base cultural e a reflexão do que o “homem branco” irá perder se continuar-se o processo de destruição do ambiente natural, desapropriação de terras indígenas com o apoio da lei no que tange, por exemplo, a aprovação do novo Código Florestal e a necessária proteção de áreas indígenas inseridas nas grandes cidades, bem como a revisão da aprovação de projetos que irão inundar as terras do Norte e Nordeste deste país ” Ana Marina Martins de Lima

Foto: Ana Marina Martins de Lima

Artefatos Indígenas

Por Cristiana Barreto e Luis Donisete Benzi Grupioni

Artefatos Indígenas apresenta as novas coleções de artes indígenas adquiridas pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo para integrar o acervo do Pavilhão das Culturas Brasileiras.A exposição retoma uma das principais diretrizes traçadas no projeto que originou este novo espaço cultural no Parque Ibirapuera, e que propõe a inserção da produção indígena contemporânea no Universo das artes brasileiras, ao lado das artes populares, do design popular e de todas as expressões culturais brasileiras subrepresentadas em nossos museus.

O titulo chama a atenção para a ambígua com que a produção indígena é tratada em mostras e museus, ora vista como arte, ora vista como artefato etnográfico. Esta exposição propõe um olhar mais aprofundado sobre os objetos indígenas enfatizando o processo de “fazer com arte” , característico da produção artesanal indígena, e a relação entre este fazer e a salvaguarda de conhecimentos tradicionais. A exposição é organizada em módulos que correspondem a diferentes povos indígenas, salientando a diversidade das tradições estéticas e a importância da manutenção destas tradições na produção contemporânea em novos processos de reafirmação de identidades indígenas especificas ou regionais.

Foto: Ana Marina Martins de Lima

Ao todo 270 objetos e obras de arte representam a produção contemporânea de doze novos povos indígenas da Amazônia (nos estados do Amapá, Pará e Mato Grosso): Wajâpi, galibi Kali´na, Palikur, Karipuna, Galibi Maworno, Tiriyó, Kaxuyana, Wayana, Aparai, Asurini, Kayapó e Kayapó Xikrin.

Objetos rituais (mascaras, ornamentos corporais e instrumentos musicais) e do cotidiano (cerâmicas, trançados, tecidos e bancos esculpidos em madeira) ilustram as diferentes tradições estéticas dos povos que os produzem.

Além dos objetos usados em rituais ou no cotidiano, trinta desenhos sobre papel mostram a riqueza da arte gráfica Wajâpi, arte esta hoje reconhecida pela Unesco como patrimônio imaterial da humanidade. Outras obras de arte são as esculturas em madeira dos povos indígenas do Oiapoque, que representam com maestria os animais das florestas presentes também em sua mitologia.

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