Por ASCOM/PPR3 – Procuradoria Regional da República 3
Registro de 197 novos produtos traz preocupação e deixa o Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos em alerta
O Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, em reunião realizada na Procuradoria Regional da República da 3ª Região, no dia 28 de maio, definiu estratégia para enfrentar situação que considera alarmante para a saúde humana e o meio ambiente: a liberação inesperada e acelerada de agrotóxicos nos cinco primeiros meses de 2019.
Uso de agrotóxico em plantação de algodão em Sorriso Reunião do Fórum
Foram liberados 197 registros de novos produtos, conforme monitoramento diário realizado pela organização Greenpeace. A maioria dos produtos é altamente ou extremamente tóxica, alertou o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Luiz Cláudio Meirelles, secretário-executivo do Fórum.
Meirelles afirmou que já existem produtos similares no mercado e “estes que foram liberados não agregaram novas tecnologias, como vinha sendo anunciado pelos defensores do chamado pacote do veneno”, uma referência ao projeto de lei nº 6.299/02, que tramita na Câmara dos Deputados.
O Fórum decidiu interpelar os órgãos responsáveis pelo registro – Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura – sobre os parâmetros que vêm sendo adotados para a liberação dos agrotóxicos. As informações sobre esses critérios deveriam ser de acesso público com sua publicação nos sites dos órgãos responsáveis, ressaltou a procuradora regional da República Fátima Borghi, membro da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (MPF) e coordenadora adjunta do Fórum.
O desconhecimento dos parâmetros para a liberação dos agrotóxicos preocupa mais ainda quando se sabe da escassez de estudos sobre os impactos dos agrotóxicos para a saúde humana e o meio ambiente, ponderou Meirelles.
Apontou-se, ainda, na reunião a preocupação com a reavaliação do glifosato, que é o mais utilizado no país e tido como cancerígeno por órgãos internacionais de saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu parecer técnico concluindo que seu uso deve ser mantido no Brasil, pois não haveria comprovação de prejuízos à saúde. Até 6 de junho, a Anvisa receberá contribuições de interessados em participar do processo. O Fórum Nacional e outras entidades que estiveram presentes na plenária decidiram requerer a dilação do prazo, tendo em vista a complexidade do assunto.
Fórum paulista
No dia 29, também na sede do Ministério Público Federal na 3ª Região, foi realizada a reunião do Fórum Paulista Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos. Fátima Borghi e o subprocurador-geral do Trabalho Pedro Serafim, que também coordena o Fórum Nacional, conduziram os trabalhos.