Por UNESCO

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, comemorou o lançamento do “Education Cannot Wait” (Educação Não Pode Esperar, em tradução livre) — novo fundo para a educação em situações de emergência.
O fundo foi apresentado no fim de maio durante sessão especial da Cúpula Mundial Humanitária, em Istambul, com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
“Medidas excepcionais são urgentemente necessárias para atender às necessidades educacionais de milhões de crianças e jovens cujo futuro está comprometido por conflitos, deslocamento e desastres naturais”, disse a diretora-geral da UNESCO.
“Esse novo fundo cumpre um imperativo humano, um imperativo de segurança e de desenvolvimento. Ele segue o objetivo principal da Agenda 2030 de não deixar ninguém para trás, e também de trabalhar em conjunto para oferecer uma educação de qualidade, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.”
O objetivo imediato do fundo é levantar 3,85 bilhões de dólares nos próximos cinco anos para atingir 13,6 milhões de crianças cuja educação foi interrompida por conflitos e outras emergências humanitárias. O fundo deve beneficiar 75 milhões de crianças e jovens até 2030.
Uma em cada quatro crianças em idade escolar do mundo, quase meio bilhão, vive em países afetados por crises. Elas estão sem acesso à educação; recebendo educação de baixa qualidade ou correndo risco de abandonar a escola.
Mesmo diante desse cenário, a educação em situações de emergência permanece extremamente subfinanciada pela comunidade internacional, recebendo menos de 2% da ajuda humanitária.
“Para fazer justiça às imensas necessidades, devemos ambicionar que 10% de todos os financiamentos humanitários sejam destinados à educação em situações de emergência”, disse Bokova, observando que a União Europeia se comprometeu a um aumento de 4%.
A diretora-geral é uma das embaixadoras mundiais do fundo, juntamente com o enviado especial das Nações Unidas para a Educação Global, Gordon Brown; o diretor-executivo da UNICEF, Anthony Lake; o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi; e a presidente do conselho da Parceria Global para a Educação, Julia Gillard.A UNESCO também será um membro do grupo de coordenação de alto nível que irá supervisionar a implementação do fundo.
UNESCO também defendeu jornalistas em cúpula
Durante a Cúpula Mundial Humanitária, Bokova defendeu também o aumento da proteção de jornalistas em momentos de crises e conflitos.
A diretora-geral participou da sessão “Protegendo jornalistas e promovendo relatos independentes em situações de crise”, na qual defendeu a adoção do Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade.
Segundo ela, o trabalho dos jornalistas é particularmente importante em situações de crise onde reportagens detalhadas podem ajudar a aliviar o sofrimento humano e salvar vidas.
A comunicação também pode contribuir para a redução dos riscos, prevenindo, mitigando e preparando pessoas para possíveis desastres, retificando rumores e empoderando cidadãos, trabalhadores humanitários e tomadores de decisão para que possam agir de maneira bem informada.